Programação será encerrada nesta quinta-feira (10) e foi a primeira presencial após dois anos de pandemia
EDUCAÇÃO - A UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) encerra nesta quinta-feira (10 de novembro) a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), realizada pela primeira vez no formato presencial após os dois anos de pandemia da Covid-19. Aberta ao público e com 61 atividades inteiramente gratuitas, a programação reúne cerca de 4 mil estudantes de 94 escolas, na Cidade Universitária. A organização é da pró-reitoria de Extensão da UFRJ.
Nesta quinta-feira, figura entre os destaques da programação a Oficina de Criatividade. Promovida pelo Centro Nacional de Biologia Estrutural e Bioimagem (Cenabio), ela estimula o uso da criatividade por alunos e profissionais de todas as áreas.
Por meio de ferramentas divertidas e com embasamento científico, os participantes são levados a investigar seus bloqueios e explorar potências criativas, além de aprender ferramentas de uso diário como práticas de meditação, exercícios corporais, jogos de improvisação e exercícios criativos com linguagem escrita, visual, musical e teatral.
Outra dica para os pequenos estudantes é a oficina Inovações na Ciência: 200 anos de tecnologia, que parte da premissa de que a tecnologia é uma realidade na vida de todos os seres humanos. Ela apresenta imagens de células, moléculas, organismos e animais, adquiridos através de diversas técnicas, e desafia os participantes a descobrirem a partir de que microscópios e equipamentos cada uma delas foi feita. Trata-se de uma atividade interativa e lúdica que apresenta a evolução das imagens científicas ao longo dos últimos 200 anos de desenvolvimento da ciência, onde equipamentos cada vez mais potentes e especializados realizam em minutos o que antes se levava anos para se fazer. Os microscópios, por exemplo, são capazes de desvendar o interior de uma célula e mostrar detalhes de moléculas a nível atômico.
Já a oficina Alimentação e Nutrição, além da sala de aula, tratará do aumento da obesidade, redução da desnutrição e mudanças no padrão de consumo alimentar, consideradas características do processo de transição nutricional, que variam de acordo com o grau de desenvolvimento de cada país.
No Brasil, esses casos vêm atingindo de forma intensa a população, sendo mais impactantes nos mais necessitados. O problema da obesidade é complexo e de difícil enfrentamento, sendo a prevenção a melhor estratégia. Por isso, a UFRJ avalia que ações de educação alimentar e nutricional devem ser recomendadas desde a infância, oferecendo às crianças e jovens conhecimentos que levem a escolhas alimentares mais saudáveis. Essa oficina estimula a alimentação saudável, por meio de ações educativas, capazes de ensinar de forma lúdica e interativa.
As três oficinas acontecerão das 8h às 17h, no Centro de Ciências da Saúde (CCS), no campus da Cidade Universitária, na Ilha do Fundão, no Rio.
Linguagem clara
Segundo a pró-reitora de Extensão da instituição, Ivana Bentes, o objetivo da SNCT é, com linguagem clara, ajudar a popularizar a ciência, a tecnologia e as inovações, a partir de atividades lúdicas e educativas, como oficinas em diferentes áreas do conhecimento. “Neste tempo de tanta desinformação negando o valor da ciência, é fundamental que a UFRJ aproxime os estudantes e a sociedade em geral do conhecimento e da produção científica brasileira. É por meio de eventos como esses que a extensão cumpre seu papel de estabelecer o diálogo entre a universidade e a população”, disse Ivana.
Em entrevista à Agência Brasil, a superintendente de Integração e Articulação da pró-reitoria de Extensão, Bárbara Tavela, uma das organizadoras da SNCT, reforçou que a iniciativa visa fazer divulgação científica para a sociedade, de todas as pesquisas, projetos e ações que a universidade promove.
“E, justamente, popularizar a ciência; fazer com que crianças, desde o ensino fundamental ao ensino médio, possam plantar a sementinha da ciência, da pesquisa, e que elas possam também conhecer um pouco de tudo que a nossa universidade oferece, além de frequentarem a parte física, para começar a conhecer o ambiente universitário”, explicou.
Bárbara acrescentou que as oficinas abrangem todas as áreas do conhecimento como humanas, saúde, tecnologia. “Temos as que tratam desde a importância da vacinação, como são criados medicamentos, até oficinas mais artísticas, circenses, de artes plásticas”, acentuou.
Para a reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho, “ao entrar em contato com as atividades oferecidas, crianças e jovens têm a oportunidade de conhecer a maior universidade federal do país presencialmente. Além disso, podem interagir com experimentos e se aproximar de questões culturais, tecnológicas e ambientais, que movem a sociedade de hoje e do amanhã”, salientou.
Formação
Participam da promoção escolas da região metropolitana do Rio e da Baixada Fluminense, como Duque de Caxias, Magé, Mesquita e Nova Iguaçu. Professores, pais e responsáveis também podem se beneficiar das atividades.
Bárbara frisou, ainda, que a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia é importante também para os profissionais da própria UFRJ, “porque os oficineiros, muitas vezes, são docentes, técnico-administrativos da universidade e estudantes de graduação, contribuindo para a formação dos alunos de fora”.
Embora a inscrição para grupos escolares já tenha terminado, o evento é aberto ao público, que pode participar das atividades oferecidas, bastando comparecer ao local.
Extensão
A extensão é a área da UFRJ responsável por conectar a universidade aos demais setores da sociedade. Com 2 mil projetos de diferentes áreas, as ações de extensão atingem um público de mais de 2 milhões de pessoas por ano, no Rio e em todo o Brasil, através de pesquisas, eventos, cursos, oficinas e capacitações.
A SNCT, movimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, é realizada pela UFRJ desde 2004. “Eles sempre indicam outubro como o mês da ciência, mas, por conta da pandemia, o cronograma da UFRJ foi alterado e a gente está realizando em novembro”, explicou Bárbara. Em 2020 e 2021, a SNCT ocorreu de forma virtual. “Foi outra experiência interessante para os estudantes”, disse a superintendente.
Via: R7.com
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