quarta-feira, 1 de junho de 2022

Operação mira fraude com desvio de resina plástica no Rio; quadrilha furtava carga e dava queixa de roubo

 

Agentes saíram para cumprir 21 mandados de busca e apreensão. A 1ª Vara Criminal de Caxias também determinou a restrição judicial de 12 carretas

BAIXADA - A Polícia Civil do RJ e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) iniciaram nesta quarta-feira (01 de junho), a Operação Resina, contra fraudes com desvio de cargas, principalmente de matéria-prima para garrafas PET.

Até a última atualização desta reportagem, uma pessoa havia sido presa em flagrante, por porte ilegal de arma.

Agentes saíram para cumprir 21 mandados de busca e apreensão em endereços na capital, Duque de Caxias, Magé, Nova Iguaçu, Mesquita, Seropédica e Piraí. A 1ª Vara Criminal de Caxias também determinou a restrição judicial de 12 carretas, para posterior apreensão.

Segundo o MPRJ, o bando furtou 200 toneladas de resina PET PCR (Pós-Consumo Reciclada) da sociedade empresária CPR Indústria e Comércio de Plásticos, localizada em Xerém.

Maior fabricante de PET foi lesada

A CPR é uma empresa especializada na fabricação dessa resina e possui a maior produção de garrafas PET do Brasil, em torno de 100 milhões de garrafas por mês.

De acordo com as investigações, o grupo criminoso atuava comunicando falsos roubos de cargas para encobrir o esquema fraudulento.

“Além dos furtos ocorridos no interior da empresa CPR, foram identificados três supostos roubos de carga, dois deles ocorridos nos estados de Minas Gerais e São Paulo, que evidenciaram a ocorrência de fraude e respectiva atuação do mesmo grupo criminoso”, destacou o MPRJ.

Segundo as investigações da 61ª DP (Xerém), foram pelo menos 15 falsas comunicações de crime, em um prejuízo de R$ 3 milhões.

“Essa quadrilha tinha uma característica interessante: eles usavam os funcionários da própria empresa e dali faziam conexões com pessoas de fora para desviar a carga”, afirmou a delegada Juliana Emerique.

Foram identificados dois núcleos: funcionários da própria empresa CPR e empresários proprietários de transportadoras e motoristas, cooptados para noticiar falsamente o crime de roubo.

Preso com uma pistola, A. C. A. é apontado como coordenador do golpe. “Ele tinha uma participação muito ativa. Ele coordenava as saídas e escolhia as mercadorias que seriam fretadas”, disse a delegada.

A força-tarefa também descobriu que o bando está ligado a fraudes relacionadas a tombos de carga, principalmente de alumínio e ferro, em perdas de R$ 2 milhões.

Dois motoristas por golpe

Um dos esquemas usava uma plataforma online de transporte rodoviário de carga. Empresas publicavam solicitações de fretes nesse site enquanto os motoristas procuravam demandas compatíveis com seus caminhões.

Após a negociação do frete e carregamento do baú, outro motorista assumia a direção do veículo e desviava a carga para os receptadores. Já o primeiro motorista ficava como responsável por comparecer em sede policial para realizar um registro de ocorrência, afirmando que teria sido roubado.

“As fraudes cometidas pelo grupo ocasionam a supernotificação dos indicadores de roubo de carga e afetam negativamente o setor produtivo, elevando os custos relativos ao frete, gerando perda de competitividade. Também causam prejuízo à sociedade, por conta do aumento do preço final das mercadorias, com danos à indústria, ao transporte, revendedores e consumidores”, afirma a força-tarefa.

Via: G1

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